Impulsionados por resultados do PSDB no segundo turno, nomes novos da
legenda defendem mudanças junto com líderes como Sérgio Guerra e Aécio
Neves
São Paulo – Impulsionados pelo resultado das urnas no último domingo,
novos nomes do PSDB que disputaram a corrida municipal engordam o coro
no partido em favor da renovação e dizem considerar fundamental para que
isso aconteça o apoio de nomes tradicionais da sigla.
Aécio Neves: abrindo espaço para renovar o partido |
Nas eleições de 2012 , o PSDB levou a disputa com candidatos
considerados novatos em cidades estratégicas, como Santos (SP), onde
venceu Paulo Alexandre Barbosa, 33 anos; Maceió, onde ganhou Rui
Palmeira, 36 anos; Taubaté (SP), com Ortiz Junior, 38 anos; Pelotas
(RS), onde venceu Eduardo Leite , 27 anos e Blumenau, com Napoleão
Bernardes, 30 anos.
Somente no segundo turno, onde estão em jogo cidades com mais de 200
mil eleitores que não decidiram a corrida na primeira etapa, sete dos
nove candidatos do partido que venceram as eleições não pertenciam aos
quadros tradicionais tucanos.
Apesar da derrota ainda no primeiro turno para o candidato eleito
Geraldo Júlio (PSB), apoiado pelo governador Eduardo Campos (PSB),
Daniel Coelho foi uma das caras novas do tucanato que mais surpreendeu
nesta eleição – ficando em segundo lugar, na frente inclusive do senador
Humberto Costa (PT), do partido que comandou a capital nos últimos 12
anos.
No PSDB desde o ano passado, quando deixou o PV, Coelho tinha um
rosto pouco conhecido até mesmo dentro do partido, e afirma que contou
com o incentivo e a liberdade dada pelo presidente nacional da legenda, o
deputado federal pernambucano Sérgio Guerra, pela renovação dos quadros
dentro do PSDB do Estado.
“( Sérgio Guerra é ) um líder importante no partido ( e o fato de
estar ) estimulando a inovação é muito importante. Nós criamos a
renovação com apoio de lideranças antigas e mostramos que um não vem
tomar espaço do outro. Acho que a renovação deve ser promovida assim”,
afirma.
Além de Guerra, os candidatos novos apontam o senador Aécio Neves
(PSDB-MG) como um líder que vem estimulando a renovação dos quadros. Ao
iG , Aécio defendeu ontem a renovação dos quadros tucanos. “A renovação é
o que todos os partidos buscam”, disse o senador . O ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso também defendeu a renovação do PSDB no último
domingo, quando o ex-governador de São Paulo José Serra saiu derrotado
das urnas na capital.
De olho em 2014, Aécio, candidato natural à Presidência, esteve nas
campanhas de Rio Branco, Manaus, Belém, Recife, Salvador, São Luís,
Teresina, João Pessoa e Vitória, além de cidades estratégicas no
interior de São Paulo, no Sul e no Nordeste do país. Entre esses lugares
visitados pelo senador, estão Blumenau, Maceió e Pelotas – exemplo de
cidades em que o partido venceu com candidatos novos.
O prefeito eleito em Pelotas, Eduardo Leite, afirmou que o apoio de
Aécio foi fundamental para a busca de recursos em Brasília e para
convencer a executiva nacional do partido que seu nome poderia ter algum
sucesso. Aos 27 anos, ele venceu a eleição na única cidade gaúcha que
teve segundo turno, com 57,15% dos votos.
“Não tivemos nenhum tipo de resistência ( por parte da executiva
nacional ). Mas imagina, há cinco, seis meses, quando fui conversar com o
presidente ( do PSDB ) Sérgio Guerra, ele olhar um rapaz de 27 anos,
que tinha em torno de 10% nas pesquisas… sempre causa algum tipo de
reticência”, disse.
Apesar de o tema da renovação ter ganhado força dentro do PSDB,
alguns tucanos afirmam que o clamor pelo novo não é apenas do partido,
mas sim da sociedade. “Acho que houve um movimento nacional pedindo por
renovação. Vários políticos novos venceram e alguns nomes antigos foram
renovados”, lembra o prefeito eleito de Maceió, Rui Palmeira, e
acrescenta: “O partido também tem que olhar para frente, as bancadas em
São Paulo e Minas Gerais, por exemplo, têm grandes nomes. Acho que nós
temos que buscar o novo sem deixar de lado o antigo”.
Napoleão Bernardes, eleito em Blumenau (SC) aos 30 anos, afirma que
renovação não necessariamente deve ter um critério atrelado à idade. “Na
verdade, a renovação que a sociedade quer é uma renovação das práticas
políticas. Uma nova gestão pública focada e orientada em resultados. (…)
A renovação não passa por um critério etário, mas sim de postura, do
modelo, de gestão”, opinou.
fonte: O Dia, 02/11/2012