O PSDB fez 24 anos de existência. Durante esse tempo, ocupou duas
vezes a Presidência da República, governou os principais Estados,
administrou milhares de cidades, constituiu importantes bancadas nas
câmaras municipais, assembleias legislativas e no Congresso Nacional.
Deixou sua inquestionável marca na estabilização da economia, na
construção das bases para o desenvolvimento, na inauguração de um longo
ciclo de distribuição de renda e na consolidação de nossa democracia.
Isto, nem o mais míope dos adversários há de negar.
Passadas as eleições municipais, é hora de começar a preparar o PSDB
para as eleições de 2014. Saímos das urnas revigorados. Em condições
extremamente difíceis, enfrentando o poderio econômico e o uso abusivo
da máquina, resistimos, lutamos, sobrevivemos, nos renovamos. Não houve o
extermínio das oposições previsto pelo maior líder do PT tempos atrás.
Vitórias do PSDB e do DEM no Norte e Nordeste chamaram a atenção:
Salvador, Maceió, Aracaju, Belém, Manaus, Teresina, Campina Grande.
Elegemos desde o experiente Arthur Virgílio, em Manaus, até jovens entre
28
e 36 anos, em Pelotas, Blumenau e Maceió.
e 36 anos, em Pelotas, Blumenau e Maceió.
Embora seja possível perceber clara tendência de pulverização e
despolarização do quadro partidário, o PSDB reafirmou seu papel de
principal polo aglutinador da oposição à hegemonia lulopetista.
Abre-se um novo ciclo. E isso exige renovação. Diante de novos e
complexos desafios, é preciso o PSDB se reinventar. Se não nos
reciclarmos, sucumbiremos. Não há nenhum “decreto celestial” assegurando
que o PSDB permanecerá no papel de protagonista da cena nacional. Houve
o ciclo da redemocratização, Tancredo à frente, de 1984 a 1994. A
inflação e a instabilidade ameaçaram a liberdade, abriu-se um novo
ciclo, marcado pelo Plano Real e suas transformações estruturais, de
1994 a 2002. A estabilidade deu transparência aos orçamentos e aos
fluxos de renda, as demandas por redistribuição de renda cresceram, veio
o ciclo do Bolsa Família, de 2003 a 2012. Agora, novos segmentos
sociais emergentes, com suas renovadas aspirações, e os desafios do
mundo globalizado impõem uma nova agenda. Quais serão os temas? Qual a
grande ideia motriz? Quem serão os atores em cena e os protagonistas do
novo ciclo?
A renovação do PSDB não é uma questão etária. A mudança necessária é
de métodos, ideias, atitudes, caras, nomes, cultura, estética,
estratégias, formas de comunicação e mobilização.
Um bom começo seria a realização, no primeiro semestre de 2013, de um
congresso nacional do PSDB, amplo e participativo, para realinhamento
programático aos novos tempos do Brasil e do mundo. Poderíamos culminar
na convenção nacional, em maio, com a eleição de Aécio Neves para a
presidência nacional do partido, apontando claramente, sem nenhuma
ambiguidade, que o PSDB travará o bom combate em 2014.
Tempo novo, novo ciclo, ideias novas, novas caras. O PSDB deve ter a ousadia de ocupar seu lugar na história.
Deputado Federal e Presidente do PSDB-MG
fonte: O Tempo