Páginas

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O futuro e a reinvenção do PSDB

O PSDB fez 24 anos de existência. Durante esse tempo, ocupou duas vezes a Presidência da República, governou os principais Estados, administrou milhares de cidades, constituiu importantes bancadas nas câmaras municipais, assembleias legislativas e no Congresso Nacional. Deixou sua inquestionável marca na estabilização da economia, na construção das bases para o desenvolvimento, na inauguração de um longo ciclo de distribuição de renda e na consolidação de nossa democracia. Isto, nem o mais míope dos adversários há de negar.
Passadas as eleições municipais, é hora de começar a preparar o PSDB para as eleições de 2014. Saímos das urnas revigorados. Em condições extremamente difíceis, enfrentando o poderio econômico e o uso abusivo da máquina, resistimos, lutamos, sobrevivemos, nos renovamos. Não houve o extermínio das oposições previsto pelo maior líder do PT tempos atrás. Vitórias do PSDB e do DEM no Norte e Nordeste chamaram a atenção: Salvador, Maceió, Aracaju, Belém, Manaus, Teresina, Campina Grande. Elegemos desde o experiente Arthur Virgílio, em Manaus, até jovens entre 28
e 36 anos, em Pelotas, Blumenau e Maceió.
Embora seja possível perceber clara tendência de pulverização e despolarização do quadro partidário, o PSDB reafirmou seu papel de principal polo aglutinador da oposição à hegemonia lulopetista.
Abre-se um novo ciclo. E isso exige renovação. Diante de novos e complexos desafios, é preciso o PSDB se reinventar. Se não nos reciclarmos, sucumbiremos. Não há nenhum “decreto celestial” assegurando que o PSDB permanecerá no papel de protagonista da cena nacional. Houve o ciclo da redemocratização, Tancredo à frente, de 1984 a 1994. A inflação e a instabilidade ameaçaram a liberdade, abriu-se um novo ciclo, marcado pelo Plano Real e suas transformações estruturais, de 1994 a 2002. A estabilidade deu transparência aos orçamentos e aos fluxos de renda, as demandas por redistribuição de renda cresceram, veio o ciclo do Bolsa Família, de 2003 a 2012. Agora, novos segmentos sociais emergentes, com suas renovadas aspirações, e os desafios do mundo globalizado impõem uma nova agenda. Quais serão os temas? Qual a grande ideia motriz? Quem serão os atores em cena e os protagonistas do novo ciclo?
A renovação do PSDB não é uma questão etária. A mudança necessária é de métodos, ideias, atitudes, caras, nomes, cultura, estética, estratégias, formas de comunicação e mobilização.
Um bom começo seria a realização, no primeiro semestre de 2013, de um congresso nacional do PSDB, amplo e participativo, para realinhamento programático aos novos tempos do Brasil e do mundo. Poderíamos culminar na convenção nacional, em maio, com a eleição de Aécio Neves para a presidência nacional do partido, apontando claramente, sem nenhuma ambiguidade, que o PSDB travará o bom combate em 2014.
Tempo novo, novo ciclo, ideias novas, novas caras. O PSDB deve ter a ousadia de ocupar seu lugar na história.

Marcus Pestana
Deputado Federal e Presidente do PSDB-MG

fonte: O Tempo

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Para novos nomes do PSDB, apoio da velha guarda é essencial para renovação

Impulsionados por resultados do PSDB no segundo turno, nomes novos da legenda defendem mudanças junto com líderes como Sérgio Guerra e Aécio Neves

São Paulo – Impulsionados pelo resultado das urnas no último domingo, novos nomes do PSDB que disputaram a corrida municipal engordam o coro no partido em favor da renovação e dizem considerar fundamental para que isso aconteça o apoio de nomes tradicionais da sigla.
Aécio Neves: abrindo espaço para renovar o partido


Nas eleições de 2012 , o PSDB levou a disputa com candidatos considerados novatos em cidades estratégicas, como Santos (SP), onde venceu Paulo Alexandre Barbosa, 33 anos; Maceió, onde ganhou Rui Palmeira, 36 anos; Taubaté (SP), com Ortiz Junior, 38 anos; Pelotas (RS), onde venceu Eduardo Leite , 27 anos e Blumenau, com Napoleão Bernardes, 30 anos.
Somente no segundo turno, onde estão em jogo cidades com mais de 200 mil eleitores que não decidiram a corrida na primeira etapa, sete dos nove candidatos do partido que venceram as eleições não pertenciam aos quadros tradicionais tucanos.
Apesar da derrota ainda no primeiro turno para o candidato eleito Geraldo Júlio (PSB), apoiado pelo governador Eduardo Campos (PSB), Daniel Coelho foi uma das caras novas do tucanato que mais surpreendeu nesta eleição – ficando em segundo lugar, na frente inclusive do senador Humberto Costa (PT), do partido que comandou a capital nos últimos 12 anos.
No PSDB desde o ano passado, quando deixou o PV, Coelho tinha um rosto pouco conhecido até mesmo dentro do partido, e afirma que contou com o incentivo e a liberdade dada pelo presidente nacional da legenda, o deputado federal pernambucano Sérgio Guerra, pela renovação dos quadros dentro do PSDB do Estado.
“( Sérgio Guerra é ) um líder importante no partido ( e o fato de estar ) estimulando a inovação é muito importante. Nós criamos a renovação com apoio de lideranças antigas e mostramos que um não vem tomar espaço do outro. Acho que a renovação deve ser promovida assim”, afirma.
Além de Guerra, os candidatos novos apontam o senador Aécio Neves (PSDB-MG) como um líder que vem estimulando a renovação dos quadros. Ao iG , Aécio defendeu ontem a renovação dos quadros tucanos. “A renovação é o que todos os partidos buscam”, disse o senador . O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também defendeu a renovação do PSDB no último domingo, quando o ex-governador de São Paulo José Serra saiu derrotado das urnas na capital.
De olho em 2014, Aécio, candidato natural à Presidência, esteve nas campanhas de Rio Branco, Manaus, Belém, Recife, Salvador, São Luís, Teresina, João Pessoa e Vitória, além de cidades estratégicas no interior de São Paulo, no Sul e no Nordeste do país. Entre esses lugares visitados pelo senador, estão Blumenau, Maceió e Pelotas – exemplo de cidades em que o partido venceu com candidatos novos.
O prefeito eleito em Pelotas, Eduardo Leite, afirmou que o apoio de Aécio foi fundamental para a busca de recursos em Brasília e para convencer a executiva nacional do partido que seu nome poderia ter algum sucesso. Aos 27 anos, ele venceu a eleição na única cidade gaúcha que teve segundo turno, com 57,15% dos votos.
“Não tivemos nenhum tipo de resistência ( por parte da executiva nacional ). Mas imagina, há cinco, seis meses, quando fui conversar com o presidente ( do PSDB ) Sérgio Guerra, ele olhar um rapaz de 27 anos, que tinha em torno de 10% nas pesquisas… sempre causa algum tipo de reticência”, disse.
Apesar de o tema da renovação ter ganhado força dentro do PSDB, alguns tucanos afirmam que o clamor pelo novo não é apenas do partido, mas sim da sociedade. “Acho que houve um movimento nacional pedindo por renovação. Vários políticos novos venceram e alguns nomes antigos foram renovados”, lembra o prefeito eleito de Maceió, Rui Palmeira, e acrescenta: “O partido também tem que olhar para frente, as bancadas em São Paulo e Minas Gerais, por exemplo, têm grandes nomes. Acho que nós temos que buscar o novo sem deixar de lado o antigo”.
Napoleão Bernardes, eleito em Blumenau (SC) aos 30 anos, afirma que renovação não necessariamente deve ter um critério atrelado à idade. “Na verdade, a renovação que a sociedade quer é uma renovação das práticas políticas. Uma nova gestão pública focada e orientada em resultados. (…) A renovação não passa por um critério etário, mas sim de postura, do modelo, de gestão”, opinou.


fonte: O Dia, 02/11/2012