O ex-governador Marcelo Alencar, 86
anos, recebeu em sua casa em Petrópolis, no último sábado, lideranças do
PSDB petropolitano e integrantes da executiva municipal, quando
manifestou apoio à ideia do partido lançar candidatura própria. “Sou
favorável a esta ideia, pois vivemos um momento importante e não tenho
dúvida de que as eleições municipais de 2012 serão muito boa para nosso
partido”, frisou o ex-governador.
O encontro foi com o presidente do
partido, Paulo Kapps, que estava acompanhado de Ramon Melo, do
ex-vereador Ari Silveira, do presidente do Sindicato dos Médicos, Mauro
Peralta, e de outras lideranças da cidade. Durante a conversa com eles,
depois de ouvi-los o ex-governador disse que o PSDB em Petrópolis ou em
qualquer outra cidade precisa dar atenção a temas considerados por ele
como fundamentais, como a participação da mulher na política e a
projeção dela no mercado de trabalho. “O partido precisa trabalhar esta
questão muito bem, abrindo e garantindo o espaço para as mulheres”,
afirmou, lembrando que muitas mulheres ocupam cargos de importância em
grandes empresas.
Outro tema importante na avaliação do
ex-governador é a participação comunitária. Para ele, o partido não pode
ficar esperando que as lideranças comunitárias venham à sede, “é
preciso ir até eles, apresentar a proposta do partido”. Para ele, agindo
desta maneira será possível conquistar apoio de lideranças
comunitárias, mas para isto é preciso ouvi-los e apresentar um projeto
de governo, onde possam opinar.
Marcelo Alencar frisou ainda para as
lideranças do PSDB petropolitano que o partido precisa dar atenção
total à Educação, investindo nesta área e apresentando projetos que
valorizem o ensino fundamental e médio. “Países do primeiro mundo
somente conseguiram superar as crises internas e sair de situações
graves porque investiram na educação”.
Aproveitando a presença do
presidente do Sindicato dos Médicos, Marcelo Alencar disse que hoje a
saúde é um problema em todas as cidades, frisando que o chefe do
Executivo precisa ter coragem e criatividade para sair da crise nesta e
em outras áreas. Para Marcelo, não basta apenas saber administrar ou ser
um bom político, “é preciso ter coragem e criatividade nas decisões a
ser tomadas”.
Durante a conversa com as lideranças tucanas da
cidade, o ex-governador lamentou as notícias que chegam até ele sobre o
desempenho do governo municipal, esclarecendo que recebe informações
sobre a política na cidade. Ele chegou a comentar que pensou em ser
prefeito de Petrópolis, mas desistiu da ideia, preferindo manter a
traquilidade que sempre teve na cidade para descansar e receber seus
amigos.
Para Marcelo Alencar, o PSDB petropolitano está no caminho
certo ao promover palestras de formação para militância, principalmente
para os pré-candidatos a vereador. Não querendo criar polêmica, ao ser
perguntado qual seria sua avaliação sobre o governo Sérgio Cabral, o
ex-governador disse que o governador vem se perdendo no próprio
discurso. Para Marcelo Alencar, o governo do estado possui muitos erros e
acertos, “mas, prefiro não criar polêmica, pois quero cuidar apenas do
nosso partido”.
Sobre a presidente Dilma Rousseff, o ex-governador
Marcelo Alencar disse que ela tem boa vontade, mas se perde pela
ingenuidade. Na avaliação, as medidas tomadas contra a corrupção em seu
governo são importantes, “mas lhe falta pulso firme e tomar decisões
mais objetivas”. Marcelo Alencar disse que conhece a presidente há
muitos anos, desde o tempo da luta armada contra a ditadura militar,
frisando que “ela é formada na mesma escola política, na esquerda, mas
nunca foi política”.
Marcelo Alencar reconhece o papel histórico de
Dilma Rousseff, como militante política de esquerda, mas teme pelo
futuro do Brasil, por considerá-la refém de grandes interesses. Em meio à
conversa, o ex-governador falou sobre Leonel Brizola, frisando que tem
grande admiração por ele e comentando que está escrevendo um livro onde
lembra diversas história vividas com Brizola.
Para Marcelo Alencar, o
livro, assim como outros escritos e documentos, é o registro da
história do país e manifestou preocupação com o fato das pessoas hoje,
de certa forma, ignorarem a história política dos partidos, das
lideranças e dos homens públicos. Para ele, um dos erros da campanha
presidencial do PSDB foi ter ignorado todo o trabalho realizado por
Fernando Henrique Cardoso, inclusive a criação do Real e as medidas
tomadas que garantiram o controle da inflação.
ROGÉRIO TOSTA
Redação Tribuna
fonte: www.e-tribuna.com.br
